Por Beth Koike para Valor Econômico
Após um prejuízo acumulado de R$ 15 bilhões no últimos três anos, as empresas de planos de saúde estão encerrando 2024 com lucro: até setembro, o resultado operacional já era positivo em R$ 3,3 bilhões — o que deve desencadear um reajuste inferior em 2025. No entanto, essa melhora não se refletiu em toda a cadeia hospitalar, que ainda sofre pressão das operadoras com alongamento de prazos e negativas de pagamentos dos procedimentos médicos cobrados.
Pesquisa da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostrou que, neste ano, 4196 dos associados tiveram problemas de fluxo de caixa e foram obrigados a reduzir seus investimentos.
Nesse cenário de pressão na cadeia, o setor assistiu a transações importantes, em especial no primeiro semestre. Houve a fusão dos hospitais da Dasa e Amil, a joint venture entre Rede D’Or e Bradesco Saúde e a entrada do banco Master na Oncoclínicas, entre outras.
Segundo Harold Takahashi, sócio da Fortezza Partners, a expectativa para 2025 é que continuem os movimentos de consolidação entre grandes grupos; as parcerias estratégicas envolvendo hospitais e operadoras de planos de saúde; as aquisições de empresas de prestação de serviços de saúde; e gestoras de “private equity” (participações acionárias) entrando em áreas do setor ainda pouco explorados como, por exemplo, locação de equipamentos médicos.
“Acredito nessas quatro tendências para 2025. O setor de saúde é resiliente, poucas indústrias conseguem sobreviver aplicando reajustes tão elevados [três vezes acima da inflação]. Mas não espero um movimento de fusões e aquisições como registrado na época da pandemia”, disse o sócio da Fortezza Partners.
A maioria das empresas de saúde está entrando em 2025 com menor alavancagem. Mas poucas devem se arriscar em grandes transações de aquisição tendo em vista o cenário de aumento da taxa básica de juros. Além disso, há uma visão ainda incerta sobre o impacto da maior inflação e desaceleração do crescimento de emprego no decorrer do próximo ano, mesmo o setor de saúde sendo resiliente.
Leandro Bastos, analista do Citi, lembra que há questões regulatórias no setor de saúde em andamento como a criação de plano ambulatorial, novas modelagem de precificação e risco dos convênios médicos, cujas definições devem ocorrer em 2025. “A melhora no setor de saúde, definitivamente, não é uma linha reta”, disse Bastos.
Fonte: Valor Econômico
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