São empresas gestoras de recursos. Elas normalmente existem no mundo inteiro e funcionam sob a seguinte lógica: captam recursos de investidores e investem estes recursos na aquisição de participação em empresas geralmente fechadas e não públicas. Estes recursos são captados em uma lógica de longo prazo pois estas empresas precisam de muitos anos para completarem seus ciclos de investimento e poderem retornar os recursos para os investidores. Este tempo varia de 5 a 10 anos. Estas empresas são compostas por profissionais especializados em selecionar setores e empresas para investir, efetuar o investimento e na sequência em participar do Conselho, ou às vezes, da Administração das Companhias adquiridas. Algumas empresas conhecidas deste setor que atuam no Brasil: (1) de origem internacional: Advent, Warburg Pincus, GIC, Temasek, Brookfield, General Atlantic, TPG, Carlyle, HIG, Actis, Blackstone e KKR; e (2) de origem nacional: Patria, Kinea, GP, Igah, XP, DGF, Stratus, Tarpon, TreeCorp, Gávea Investimentos, Vinci e BTG.
Esta indústria começou a se desenvolver no Brasil na década de 90 com a vinda de algumas empresas de private equity do exterior. Nesta época, empresas como Patria, Advent e GP iniciaram suas atividades e estão no mercado até hoje. Atualmente esta alternativa de investimento está se tornando acessível para investidores pessoas físicas no Brasil através de captações recentes feitas pela Patria, Kinea e XP Private Equity, dando acesso a investidores com cheques bastante reduzidos na casa de R$ 250 mil por pessoa. Normalmente esta indústria era muito acessada por grandes investidores de longo prazo como fundos de pensão e seguradoras que normalmente tem um horizonte muito longo de investimento. Esta indústria atualmente possui mais de R$ 200 bilhões de capital investido em centenas de empresas brasileiras, contando com captações anuais de aproximadamente R$ 10 bilhões e investindo em torno de R$ 10 bilhões também. Esta indústria tem sido responsável pela evolução e desenvolvimento de centenas de empresas brasileiras sendo que muitos delas chegaram à Bolsa de Valores através desta transição junto a fundos de private equity. Alguns nomes que se pode mencionar são: Localiza, UNIDAS, UOL, TAM, Cobasi, Petz, PetLove, Rede D’or, Pardini, Grupo GPS, Armac, Intermédica, B2W, Americanas, Ambev, DASA, entre várias outras.
Um profissional de private equity normalmente não possui uma formação acadêmica pré-definida. Pode haver profissionais de diversas áreas, sendo que as mais comuns são Administração, Economia, Contabilidade, Direito e Engenharia. Mas facilmente pode-se encontrar Médicos, Biólogos, Militares, Psicólogos, desde que tenham obtido formação em Negócios em algum estágio de suas carreiras. Estes profissionais precisam ser “apaixonados” por investir em empresas. Serão responsáveis por selecionar setores, e neles as melhores empresas para se investir. Uma vez feita a seleção, precisam encontrar o alvo certo e realizar o investimento após muita negociação e empatia com os acionistas. Quando o investimento é concluído, o profissional precisa ter skills suficientes para “casar” com aquele investimento por uma série de anos, normalmente entre 4 e 7 anos como investidor, exercendo este papel via participação no Conselho de Administração ou na própria Administração. Uma vez concluído o ciclo, vem a necessidade de buscar a venda da participação que o fundo detém na empresa ou até mesmo a venda integral da empresa. Quando esta venda é concluída, o fundo poderá ser retornado aos investidores. Durante todo este período, o profissional precisa cuidar da relação com os investidores que injetaram o recurso inicial para o investimento. Muitas vezes, por se tratar de uma série de skillsdiferentes, os fundos separam estas funções entre profissionais diferentes, principalmente nos fundos maiores, com mais empresas e, portanto, mais escala para ter um time mais diverso de pessoas.
Basicamente tanto um fundo de private equity quanto um fundo de venture capital investem em empresas fechadas por um período de tempo. A diferença crucial entre ambos é o estágio da empresa em que cada um investe. Enquanto o fundo de Venture Capital procura empresas em estágio mais inicial de desenvolvimento, os fundos de Private Equity buscam empresas já maduras em crescimento ou com potencial de consolidação. Vide o gráfico abaixo que demonstra esta diferença por estágio de vida:
Gráfico 1 – Financing stages along the corporate life cycle
FONTE: “An Empirical Study of Startup Valuation”, Mathias Rohde Olsen, Copenhague, 2019
O termo private equity quando traduzido para o português significa capital privado no sentido que os recursos são investidos em empresas fechadas e não listadas em Bolsa e, portanto, públicas. Para se compreender melhor, existe o termo public equities, que é o seu antônimo, e significa em português ações ou capital de empresas públicas, ou seja, listadas em Bolsa ou algum mercado aberto.
Acordo de participação minoritária relevante visa explorar oportunidades entre as empresas para oferta de serviços complemen...
A iminente reforma fiscal no Brasil tem gerado grandes expectativas no mercado de fusões e aquisições (M&A). Enquanto o o...
O evento reuniu empresários de diversas partes do Brasil em São Paulo para uma manhã de imersão com o especialista da Oaklin...