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M&As devem ter ano expressivo em 2024



 

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Em artigo exclusivo para o Valor Econômico, nosso sócio fundador Denis Morante fala sobre as perspectivas do mercado de M&A para 2024. Confira o texto na íntegra:

Em julho de 2023 fiz uma análise sobre os últimos cinco anos no mercado de fusões e aquisições (M&As) no Brasil, e a conclusão à época foi que o volume do mercado no ano não registraria quedas expressivas como os 32,7% até 30 de junho, segundo a KPMG. A expectativa era um volume na média de 1.401 transações anuais, como aconteceu entre 2018 e 2022. Aparentemente certeiro, mesmo sem todos os dados do ano completo.

Até setembro de 2023, o volume chegou a 1.142 transações, provocando uma melhora na queda anual para 17,5% e não mais os 32,7% até o meio do ano, segundo a KPMG. Supondo que os mesmos 17,5% sejam fixados até 31 de dezembro, sendo que acredito que a queda real será menor, o volume de transações ficaria em 1.425, próximo do patamar médio de 2018 a 2022.

Sigo com a visão a ter um mercado pujante e ativo em transações de M&A. Mas o que deverá ocorrer em 2024? Vamos explorar as perspectivas.

Em janeiro de 2023, começava um novo governo, com perspectivas mistas entre negativismo e quase nada de otimismo. Logo em 8 de janeiro, uma multidão invadiu edifícios do governo federal em Brasilia. Pouco depois estourou o escândalo da Americanas, uma das maiores fraudes contábeis já vistas no país, que provocou um enorme temor sobre o varejo brasileiro, que se comprovou ao longo do ano com Tok&Stok, RiHappy-PBKids e outras redes em aparente dificuldade.

A guerra na Ucrânia continuava, a inflação não estava controlada e não demorou para que o recém-eleito presidente da República começasse a fazer críticas constantes ao presidente do Banco Central. A taxa Selic estava fixada em 13,75% ao ano, a inflação de 2022 havia sido de 5,79%, a taxa de câmbio estava em R$5,21, e o lbovespa, em 109.735 pontos. Doze meses mais tarde, no fim de 2023, os indicadores mostravam sensível melhora: Selic em 11,75% ao ano, inflação em 4,62%, taxa de câmbio em R$ 5,08 e o lbovespa próximo de 134 mil pontos. Sem dúvidas, um bom prognóstico do que está por vir em 2024 no mercado de M&As. O Brasil venceu a batalha contra a subida da inflação que se iniciou após os desequilíbrios macroeconômicos causados pela pandemia de covid-19.

Estamos dentro das metas, enorme alívio para a política monetária que está prevista para 2024. De forma quase unânime, os principais bancos e gestoras de recursos acreditam que a taxa Selic deve fechar o ano em 9,5%, redução considerável – um dos principais fatores que deverão estimular e justificar novos patamares em volume de transações para o mercado nacional.

Este cenário, aliado ao fato de que a economia brasileira deve avançar em torno de 2%, fará com que o mercado se anime a tomar risco. Ao fazê-lo, vai estimular o mercado de capitais por meio das ofertas públicas de ações (IPO, na sigla em inglês), após uma enorme “seca” no biênio 2022-2023. Imagine a fila de companhias bem geridas e que estão saudáveis que esperam o lançamento de suas ações em bolsa. O prognóstico é bastante positivo, com um volume expressivo de IPOs em 2024. Talvez não se compare ao biênio 2020-2021, com níveis recordes em nosso país, mas seja bastante significativo. O aquecimento de IPOs trará recursos para crescimento, pois muitas empresas já estabilizaram a estrutura de capital, e isso impulsionará a atividade de M&As. Outro fator estimulante deve ser o fato de que fundos de private equity já têm dezenas de investimentos maduros que podem ser vendidos ou levados à bolsa.

Estes fatores concretizam a visão de que 2024 deverá ser um ano com maior volume de operações. Quem sabe não voltamos ao patamar de 1.750 a 1.850 transações por ano? Seria um belo crescimento. Acabamos de passar por dois anos de queda e, a partir de agora, os indicadores são unânimes em direção positiva.

Segundo o estudo trimestral da KPMG, os primeiros seis meses de 2023 indicaram os setores de tecnologia, instituições financeiras, hospitais e laboratórios, e serviços para empresas como os principais em M&A no Brasil. Essa distribuição não deve mudar muito em 2024.

A vertical de tecnologia continua relevante. Há dezenas de empresas em portfólios de fundos de venture capital que poderão ser transacionadas. Saúde continua sendo um setor imperativo. A situação financeira para o setor segue delicada, com a pressão sobre os preços dos planos de saúde – deste modo, a consolidação deve continuar. Veja que em dezembro foi anunciada uma das mais relevantes transações do setor: a venda da Amil para o empresário José Seripieri Filho, o Junior da Qualicorp.

O setor de serviços, com empresas como GPS e Verzani&Sandrini, também é outro que segue em franca movimentação. Acredito ainda que o varejo apresentará uma retomada do ritmo de M&As e que o agronegócio seguirá como uma importante vertente em consolidação.




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